quarta-feira, 27 de abril de 2011

Existir!

   Sempre me perguntei, o por que de ter feito faculdade de publicidade, me formei, fiz estágio durante uma semana numa agência que por sinal detestei e durante todos esses longos anos, nunca utilizei sequer um terço do que aprendi, na época que fazia faculdade, me sentia um peixe fora d'água, apesar de gostar bastante do curso, mas não me enquadava no ambiente, afinal o foco de atenção que todos queriam, não era o que eu procurava, eu sempre quietinha, só observando, conheci pessoas maravilhosas com certeza, adquiri muitas experiências de vida enriquecedora, mas me sentia totalmente fora do contexto, mas enfim como não sabia o que fazer se desistisse, e como passou tão rápido, acabei concluindo tal curso.
   Eram tantas pessoas diferentes, mas na santa ignorância do meu olhar , as vezes eu as via como se toda aquela multidão tivesse uma única personalidade, na verdade até hoje, acho que quando certas pessoas entram em um local com determinado assunto, parece que só existe aquilo, não tem ao redor, mas deixa esse assunto para lá, que é mais uma viagem da minha cabeça, um outro dia falamos sobre isso.
Então, mas tinha uma garota na época que me intrigava, ela vivia só, pensava eu: será que nínguem quer sua amizade, ou ela que não quer se misturar? Passou algum tempo e conheci melhor essa pessoa, vi que ela era diferente de todos por isso sempre andava tão solitária, os assuntos não combinavam, era uma nobre pessoa, inteligente e sensível. Me formei e de tantas pessoas que passaram por mim na época, a única amizade da faculdade que ficou, foi a dela e semana passada, ela passou por uma perda muito grande, seu pai depois de ter sofrido muito tempo, mudou de residência física e espiritual, com certeza a sua nova casinha deve ser bem mais aconchegante, rs...
   Fomos eu, minha irmã e minha amiga nos encontrar com ela no dia para confortá-la e para minha surpresa ela estava muito bem, já estava preparada para essa hora, o curioso é que parecia que ela estava nos esperando para ficar perto de nós, não imaginava o quanto a nossa amizade era importante para ela, eu acreditava que naquele momento os familiares e parentes poderiam ser mais úteis, eu sem saber como ajudar permaneci ao seu lado e no final, minha irmã perguntou em que poderíamos ajudá-la e ela respondeu meio sem jeito, que só precisava de companhia. Isso me revelou um dos motivos de eu ter feito aquela tão indesejada faculdade, depois de tanto tempo pude ver utilidade nos quatro anos de curso. Foi tão gratificante poder ajudar uma amiga de uma forma tão simples, só o fato de existir para fazer companhia a outra pessoa, as vezes nos perguntamos o por que de alguns acontecimentos em nossas vidas e só esperando que conseguimos ter a resposta, hoje sei que nada é em vão se fazemos algo ou acontece algo que não nos serve agora ou nos entristece, com certeza , nos servirá no futuro ou nos trará algo, nem que seja o mais simples e singelo, não observamos como nossa existência e importante, devemos nos amar e nos aceitar, é dificil em alguns dias (principalmente nos dia de Tpm, rs...), mas é necessário nos observar e melhorar a cada dia.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Carnaval!!!

   Hoje em dia carnaval me dá uma nostalgia! As vezes até eu me vejo como uma "velhaca", de espírito é claro, digo nostalgia porque eu adoro carnaval, e nesses últimos anos o máximo que tenho feito, é assistir a alguns desfiles.
  Esses dias de festa para mim é como se todos pudessem compartilhar de um assunto comum a todos, todo o mundo sabe o mínimo do que se trata, mesmo com alguns detestando e não enxergando lógica em tal comemoração. Para mim carnaval é mais que encher a cara e sair pelado fazendo tudo o que se reprime o ano inteiro, isso na verdade vejo como desculpa para colocar para fora o que sempre quis mas não teve coragem. Vejo o carnaval como a união e mistura do povo, no meio das fantasias, não se distingue, rico de pobre, alto de baixo, todos se conhecem, todos dançam juntos, cantando a mesma melodia e elevando a alma, vejo como se fosse um mantra, um pouco mais enérgico, rs...
   Acho que isso eu devo à minhas experiências de infância, quando passávamos esses dias, na casa da minha tia no interior, íamos para a matine com a família toda e lá fazíamos várias amizades, parecia que todos naquele salão eram um só, e no embalo do som a gente girava, como se estivesse flutuando na melodia, depois assistíamos aos blocos, alguns bem divertidos com inofensivos homens barbados vestidos de mulher, tudo muito simples sem a menor malícia dos dias atuais.
   Acho que a impressão do carnaval é algo muito individual, por isso alguns amam tanto, enquanto outros abominam. Para mim o carnaval é um estado de espírito, é uma sensação de uma alegria diferente, que seria legal poder sentir a qualquer hora, não apenas nesse feriado, assim quando você estivesse bem e alguém perguntasse, como você está? Você responderia: Ah! hoje eu estou carnaval.
  Desde criança enxerguei o carnaval por um lado lúdico, a primeira vez que participei, senti que fui abduzida levada à um mundo paralelo e só voltei depois de quatro dias, rs...
  De certa forma é o que acontece, mas o legal é embarcar nessa, buscando tirar proveito, não apenas esquecer da vida, deixar tudo de lado para resolver depois. Acho interessante observar tudo em volta, durante essa festa, parece que até o ar muda. Depois de tantos carnavais esse é um que estou mais introspectiva, sentindo de um jeito diferente, não sei se o tempo fechado também influencia, inclusive esse é o primeiro carnaval que eu sinto tanto frio. Ontem fui à festa do pai da minha querida amiga, em Louveira e pude relembrar aquela vibração, quando ela colocou umas músicas de carnaval e todos começaram a dançar no meio da sala, muito bom! Oh, nostalgia!
   Amanhã é carnaval, ainda dá tempo de pegar uma pontinha desse sentimento...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A criançada!

  Sábado foi um dia muito especial, uma amiga minha reuniu toda a turma em sua casa nova em Louveira, faz pouco tempo que ela se mudou para lá, e a princípio ela estava se sentindo meio solitária, pois a cidade é muito pequena, apesar de muito gostosa, ficamos a maior parte do dia na piscina, devido ao calor, que por sinal estava uma delícia. Foi muito engraçado observar tudo ao redor, parecíamos crianças pulando em um colchão bóia, a maioria no alge dos seus trinta e poucos anos, voltando à pureza da infância, por algumas horas tudo parecia tão simples e prático, só conseguia enxerga-los como menininhos alegres e contentes, rs...
  Na verdade tudo é simples mesmo, nós que com o passar do tempo acabamos complicando a vida, é tão mais fácil quando estamos alegres e buscamos por isso, é tão mais fácil sermos crianças...
Porque quando crescemos esquecemos essa alegria? Perdemos nossa essência? É claro que temos responsabilidades, mas porque não podemos arcar com elas de uma maneira mais descontraída, séria, mas com a facilidade que uma criança tem para lidar com a vida?
   Conversando uma hora com essa minha amiga, comentei:
   -Nossa aqui é tão gostoso! Tem de tudo também! E ela respondeu com um tom meio nostálgico:
   -Aqui é uma delícia, realmente tem de tudo, mas não tem o pricipal, gente...
   É para se pensar, como as pessoas são importantes em nossas vidas, podemos ter o mundo, mas se for para viver em um mundo só para nós, o que valerá? As pessoas correm diariamente atrás de melhoria, mas nunca paramos para pensar o que queremos melhorar, será que melhorando só o externo valerá a pena o esforço? A companhia de amigos é tão extraordinário, principalmente quando a amizade é tão querida que nos permite essa descontração e mostrar quem realmente somos, sem vergonha de parecermos ridículos, apenas sendo o que já fomos um dia e perdemos sem nem saber como e só em ocasiões como essas conseguimos relembrar como é bom!
   No final das contas o resultado foi uma bola de volley autografada pela seleção, rasgada, um banheiro entupido e várias coisas para limpar, claro que tudo foi sem intenção, mas ela estava lá toda resplandescente de alegria por estar naquele momento compartilhando um pouco de tudo que ela e sua família batalharam para conseguir conosco, todos muito solicitos e carinhosos, se a maioria das pessoas tivesse essa consciência de solidariedade, de compartilhar os sentimentos, não os bens, a vida seria tão mais harmoniosa, isso os torna diferentes de muitas pessoas.
   Se conseguissemos permanecer com esse sentimento de felicidade pura durante a maioria do tempo, nossas vidas e das pessoas ao nosso redor seriam mais harmoniosas.
   Está aí um exercício difícil, mas legal de se fazer, só o fato de lembrar de tentar fazer, talvez já mude um pouco essa senção rude do dia a dia.

domingo, 9 de janeiro de 2011

O Soool!

Depois de vários dias mofando, com chuvas, finalmente esses dias tem feito um sol maravilhoso!!!

Nada como poder colocar aquele vestidinho arejado,uma rasteirinha e sair por aí, o que seria da vida sem o verão, sei que muitos preferem o frio, mas o sol é irresistível, me dá até mais inspiração, tanto é que resolvi postar alguns dos meus trabalhos mais antigos, lá vai...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

(re) Começo

   Esse blog é o início de um novo começo, faz algum tempo que vinha pensando em fazer um blog com fotos das "bugigangas" que eu gosto de fazer, mas sempre batia aquela preguicinha...
   Resolvi fazer porque isso faz parte de mim, e grande parte de mim é formada por pedacinhos de pessoas que passam em minha vida e deixam um acrescimo de aprendizado, as vezes uma sementinha que desabrocha lá na frente, as vezes uma árvore frondosa, pronta, cheia de ricas informações, minha família sempre foi arteira, minha irmã sempre gostou de desenhar, minha mãe é uma mulher "bom brill" (mil e uma utilidades), meu namorido é um excelente músico e meu pai além de desenhar muito bem, dançar e cantar bem, sempre gostou de tirar o melhor de tudo, ver o lado bom das coisas, tento fazer o mesmo, devo admitir que as vezes é difícil, mas essa é uma das inúmeras virtudes que admiro em alguém, sem contar os amigos maravilhosos que tenho e sempre estão me preenchendo.
   Acredito que quando fazemos algum tipo de arte, nos conectamos com o divino e para quem tem os "olhos coloridos" quando observa essa arte também entra nessa conexão e com isso, naquele momento criamos uma rede de energia de bem estar entre a arte e as pessoas. Então, pensei, ao invés de só expor minhas artimanhas, vou falar de pessoas também, que não deixa de ser uma arte da vida.
   Hoje faz duas semanas que meu pai nos deixou, sua falta é muito grande, está para nascer alguém tão doce e maravilhoso como ele e não é porque era meu pai. Enfim, achei que deveria começar a postar pois assim posso cultivar algo que ele apreciava. Sempre que eu fazia alguma peça de artesanato ele ficava olhando e dava as suas "pitacas" certeiras, e no final mostrava para ele e sentia essa conexão, me elogiava, mesmo quando o trabalho não saia tão bom assim, eu podia achar um horror, mas ele sempre enxergava com seus olhinhos coloridos e de alguma forma me fazia ver de maneira diferente aquela monstruosidade( rs). Uma semana antes dele se mudar de vida, participamos de uma feirinha de artesanato e ele ficou ao meu lado o dia inteiro, essa é uma lembrança que vou guardar sempre, desanimei de continuar fazendo meus artesanatinhos, pensei em desisitir dessa vida de "hippie", mas se até ele acreditou em mim, eu acho que tenho que me dar uma chance.
   Acredito em vida após a morte, portanto, sei que ele agora também está ao meu lado, observando mais uma arte que estou aprontando, mas agora é a arte de sua pessoa, da pessoa que enxerga com o coração, e dessa maneira, a única visão é a paisagem do mundo dos olhos coloridos.
   Só mais uma coisa a dizer: Seu Nakamura, sua arte sempre vai me acompanhar...